Poucos lugares no
mundo oferecem a opção treino junto a uma das fortificações mais belas já construídas
no Brasil. Trata-se da Fortaleza de São José de Macapá, inaugurada em 19 de
março de 1782. A missão era dissuadir invasores de colocarem os pés na
terrinha, pois, se assim o fizessem jamais abandonariam este lugar, como nós
corredores. Já fiz, inclusive, uma São Silvestre, em 2008, treinando exclusivamente
na grama do entorno do forte. É que seu formato quadrangular permite uma volta
completa ao lado das muralhas de oito metros de altura solidamente construídas.
Além disso, há o majestoso rio Amazonas, que se não fosse pela contenção, já
teria abraçado esse grande monumento.
Fortaleza de São José de Macapá

O bacana é que
independentemente da tribo, há espaço para todos. É um mundo em miniatura
cercado por muralhas e banhado pelo Amazonas. Dependendo do horário, é possível
encontrar de tudo. Pela manhã, a “invasão” é dos caminhantes, corredores e
alguns adeptos da bike. No horário do almoço, o local vira um deserto. Mas o
auge é a partir do final da tarde e se estende pela noite. Torna-se uma torre
de babel esportiva. Além dos praticantes da manhã, o espaço é compartilhado com
os skatistas, com o povo da patinação, a turma do slackline, os lutadores, a
galera que curte o treino funcional. Há, entretanto, quem ocupe o espaço para
namorar, brincar com os filhos, fazer piquenique, passear com o cachorro. E não
se pode deixar de mencionar os ambulantes. Sem eles não teríamos água natural e
de coco geladas, as frutas, sucos, sorvetes, batata frita e outros alimentos
para todos os gostos, corpos e dietas. É um ambiente democrático. Vá lá e
escolha sua tribo.
Veja as dicas da americana Alicia Ahay, atleta de elite com 15min25 no 5000 metros e 32min19 nos 10000 metros, para você mandar bem nas subidas.
“Quando deparo com uma grande subida, eu penso nela como uma oportunidade de enfrentar algo de que todo mundo tem medo. Lembre-se: você não precisa manter o mesmo ritmo, apenas o mesmo nível de esforço. Aumente a cadência (frequência) de suas passadas. Mantenha-se apoiado no antepé, encurte um pouco a passada e diga a si mesmo ‘pés velozes’ para continuar tirando-os do chão rapidamente. Mantenha uma postura ereta, ligeiramente inclinada para a frente a partir da linha dos quadris, e use os braços; não relaxe a postura na subida nem cruze os braços sobre o tórax. No fim da subida, a maioria dos corredores fica muito feliz e diminui o ritmo sem perceber. Para evitar isso, eu me obrigo a dar dez passos rápidos antes de retomar o ritmo.”
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Texto extraído do artigo “A PROVA DE SUA VIDA”, de Lisa Marshall e Patrícia Julianelli, publicado na Revista Runner’s World, edição de fevereiro de 2014.
Halmstad é uma cidade
portuária da Suécia com quase 80 mil habitantes, distante cerca de 500 km de
Estocolmo. O clima vai do muito frio ao agradável, variando entre -10 a 20ºC.
No verão de 2010, a convite de um casal de amigos moradores da cidade, fiz o
processo de adaptação para a Maratona de Estocolmo. A casa ficava afastada da
área urbana. Uma espécie de sítio rodeado de muito verde e animais silvestres
circulando. Também pudera, ficava dentro de uma reserva natural com uma floresta
com
espécies similares ao pinheiro e eucalipto brasileiros. As ruas eram trilhas de
terra batida, perfeitas para correr. A diferença de fuso horário era de 5
horas em relação ao Brasil. Parece pouco se o meu relógio biológico não
estivesse tão confuso, com as incontáveis horas da viagem. Foram 12 horas de
São Paulo para Paris, 45 minutos na conexão Paris-Copenhagen, uns 20 minutos de
trem e mais duas horas de carro, até chegarmos em Halmstad. Só me dei conta da hora
e data quando brincava com o controle da TV e passei por um canal desses que
presta informações da bolsa de valores e do câmbio mundial. E para piorar, no
verão europeu,
os dias são mais longos do que as noites. Estava anoitecendo às 22 horas e
amanhecendo, às 4 horas. Para quem mora sobre a linha do equador terrestre e
usa a noite para dormir e o dia para acordar, era um suplício. A primeira noite
não foi agradável.

Treinando na reserva natural de Halmstad-Suécia
No dia
seguinte, a meta era regularizar a situação das refeições, ou seja, a fome com
a vontade de comer, obedecendo aos horários corretos. O difícil foi ficar sem o
feijão com arroz e acostumar-se com as batatas, principal fonte de carboidrato
dos suecos, em todas as formas e gostos. Mesmo alimentando-se bem, andava zonzo
e sonolento. Parecia um zumbi. Reflexos da viagem. Ainda não havia treinado,
mas precisava fazer um teste para saber com o corpo ia reagir. Corri logo após
o almoço, às duas da tarde, hora prevista para a largada da maratona. O clima
estava agradável, temperatura em torno de 16 graus. Curti a paisagem de muito
verde com um leve vento frio que não permitia a saída do suor. Sentia um pouco
quando aspirava o vento frio. Isso acabou provocando sangramento da mucosa do
nariz, mas sem maiores consequências. Conclui o treino após 50 minutos de
corrida leve, sem qualquer desconforto. O corpo parecia renovado. A corrida
funcionou como um calmante. Estava otimista para uma “noite” de sono. O negócio
é que o ponteiro do tal relógio biológico que regula o sono funciona com a
escuridão da noite. Talvez, o cafezinho de casa, pós-almoço e no meio da tarde,
seja o ingrediente que não me permite dormir durante o dia. Vai ver que isso desativou
a tecla “sleep” para presença do sol. Mais uma noite praticamente às claras.

A casa onde fiquei hospedado em Halmstad
As olheiras
condenavam a privação de sono a ponto de ser perceptível. Isso já estava
incomodando e me deixando preocupado, pois a maratona se aproximava. Parecia um
zumbi no reino da Suécia, um morto-vivo ou sei lá mais o quê poderia dizer. Durante
o passeio do dia – aliás, essa é a única vantagem de estar num país com essas
características, você tem mais tempo para o turismo – ficava pensando numa
forma que possibilitasse dormir pra valer. Contar carneirinhos não funcionou na
noite anterior. Vai ver que eles não dormem também com o sol. Bem, a estratégia
foi tapar toda e qualquer fresta que permitisse a passagem de um “pingo” de luz
que fosse. O quarto tinha aproximadamente três metros quadrados, com apenas uma
janela. Um pequeno espaço que facilmente foi dominado. Não dava para saber se
era dia ou noite. Ficou perfeito! Deitei às 22h e acordei às 11 do dia
seguinte. Parecia que havia dormido uma eternidade. A partir daí, Halmstad
nunca mais foi a mesma.
No futebol, categoria pelada, é importante vencer o adversário. No basquete, no vôlei, a mesma coisa. Queremos ganhar uns dos outros. E olhamos de atravessados para os pernas de pau. Afinal, eles estragam o andamento do jogo. Em um joguinho de futebol, você inventa um passe genial para iniciar a tabela e a bola não volta porque o mané não conseguiu dominá-la. Dá nos nervos. A corrida é diferente. Mesmo quando nos consideramos os puros-sangues das pistas, gostamos dos pangarés, olhamos com carinho para quem está se esforçando para começar. É como se a festa ficasse ainda melhor com o salão lotado. É como se mais gente praticando o esporte nos desse mais autoridade para sustentar a tese de que correr faz bem para todos. É uma camaradagem carinhosa. Um sábado desses estava treinando na subida da Biologia da USP (para quem não conhece São Paulo, imagine uns 600, 700 metros morro acima). E corria conversando ligeiramente esbaforido com um amigo. Pois uma moça, provavelmente profissional, passou voando por nós. Não sem antes dizer: “Não se conversa em subida”. Não falou por mal, nem com tom professoral. Não era um “por que não te calas” à lá rei Juan Carlos. Ela queria ajudar e ajudou. A partir de então, interrompo a conversa quando aparece uma ladeira. Lembro sempre daquela sincera moça.
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Texto extraído do livro “CORRERIA – Histórias do Universo das Corridas”
de autoria do Sérgio Xavier Filho, editora Arquipélago Editorial. 
Fazendo as contas,
foram: R$ 150 de consulta, R$ 250 pela confecção da palmilha e mais R$ 350 num
tênis, mas como precisava usar dois para alternar entre um treino e outro, R$
700. Sem muito esforço para a continha, lá se foram R$ 1.100. Tão doloroso
quanto a fascíte plantar que insistia e não largava dos meus pés. Depois de
duas maratonas, duas meias, duas provas de 10 km e mais duas abaixo de 10 km,
num espaço de um ano, não é que a danada da palmilha melhorou as dores. Não
resolveu definitivamente o problema, é bem verdade, mas permitiu treinar
regularmente. Uma dorzinha persistia, mas nada que uma pequena massagem não
resolvesse. Deixando de lado o investimento, literalmente, tirei o tênis com a
“santa” palmilha. Em menos de um mês correndo descalço na grama e na areia fofa
não é que a tal dorzinha sumiu. Nem foi preciso investir tanto dinheiro. Só
correr descalço. Simples assim.
Confesso que gostei
da brincadeira de correr em trilhas. Como corredor urbano, posso dizer que com
o tempo, só asfalto, sempre com a mesma paisagem da “selva de pedra”, satura,
torna a corrida monótona. Não há percurso pela cidade que ainda não tenha
experimentado. Entretanto, não passa pela cabeça excluir o asfalto da minha vida.
Até porque só vou encarar provas com esse tipo piso. Penso em alternar os treinos
longos entre asfalto e trilha, nessa preparação para a Maratona de Porto
Alegre. Como há tempo suficiente, um lá e outro cá, para dar novos ares ao
treinamento. Mais puro, inclusive.

É certo que a corrida
em trilha trabalha o fortalecimento muscular, uma vez que o terreno irregular,
com subidas e descidas, exige um pouco mais da musculatura. Mas o que atrai são
as variações de percurso, as condições adversas de piso, a natureza como
cenário. Isso faz com que cada treino seja único, prazeroso e mais empolgante.
Há também o fator psicológico, pois prepara para as dificuldades que a maratona
proporciona.
A corrida em trilha
não é nenhuma novidade. Muitos atletas de elite já incorporaram na preparação
por envolver aspectos como força e resistência. É que o piso de terra, lama e
pedras faz com o corpo trabalhe um número maior de grupos musculares,
principalmente, pernas e quadril. No final das contas, o atleta consegue
melhorar sua velocidade e se tornar mais ágil na transição para o asfalto. Para
amadores que tem problemas com a balança, um estudo nos Estados Unidos mostrou
que correr em trilha é mais eficiente do que no asfalto, pois, queima mais calorias,
média de 28% a mais do que no asfalto.

Agora, há algo que precisa
ser dito. A principal vantagem, na minha modesta opinião, de correr em trilhas
é a paisagem. O contato com a natureza torna a atividade agradável e até mais
revigorante. O ar puro, o verde da mata, os pássaros e belas paisagens são elementos
que trazem encantamento e tornam a atividade prazerosa, mesmo diante das
dificuldades do percurso.
Está nos manuais que o mais esperto é começar mais devagar uma prova e acelerar na segunda metade. O nome técnico da brincadeira é “split negativo”. Assim a corrida fica muito menos dura, as preciosas energias são reservadas para os momentos finais. Acelerar no início e administrar a vantagem no final é sempre mais dolorido. Quase todos sabem disso, mas pouquíssimos seguem o conselho. Por quê? Acho que, no fundo, não acreditam na ciência. Quem garante que sobrará energia no final? Melhor mandar bala enquanto sobra oxigênio do que confiar na poupança futura. A sociedade de consumo não funciona mais ou menos assim? Não fazemos exatamente a mesma coisa com nossos salários?
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Texto extraído do livro “CORRERIA – Histórias do Universo das Corridas”
de autoria do Sérgio Xavier Filho, editora Arquipélago Editorial.  
Exigir dos
corredores atestado de saúde não é
uma prática comum em maratonas brasileiras. Aliás, das duas que corri no
Brasil, nenhuma exigiu tal comprovação. Por outro lado, algumas maratonas
internacionais já adotaram o documento médico como requisito de participação.
O atestado de
saúde é um documento médico que comprova que os que se candidatam a correr determinada
prova estejam com os exames médicos em dia e em plenas condições de saúde para
encarar o desafio. É uma medida preventiva dos organizadores para evitar
problemas como o ocorrido com a britânica Clarice Squires, de 30 anos, que
desmaiou e faleceu durante a Maratona de Londres, em 2012. Clarisse foi a
décima primeira participante a morrer em 31 anos de história da prova.
Correr
maratonas exige bastante do atleta e leva o organismo a exaustão. Há riscos à
saúde. Os principais deles estão relacionados a problemas cardíacos como
artérias bloqueadas ou problemas congênitos do coração. Por isso, visitar o
cardiologista regularmente e caldo de galinha não fazem mal à ninguém.
Para não ser
surpreendido, o atleta deve ler com atenção o regulamento da prova e verificar
se há a exigência do atestado. É que em alguns casos, a organização não
autoriza a participação, caso não seja apresentado o documento durante a
entrega do kit. Na Maratona de Paris, edição de 2013, em que tive a
oportunidade de correr, o primeiro passo para receber o kit era a apresentação
do atestado de saúde, devidamente assinado por um médico, preferencialmente, um
cardiologista. Sem o atestado o atleta não era autorizado a seguir para retirar
o kit e consequentemente estava impedido de participar da prova.

Entrega do atestado de saúde na Maratona de Paris 2013
Em outros
casos, embora conste da exigência no regulamento, o atestado não é solicitado.
Foi o que me aconteceu nas maratonas de Estocolmo e Buenos Aires. Apesar da
regulamentação, não me foi exigido nada durante a retirada do kit. De qualquer
forma, havendo a exigência do atestado a recomendação é que seja providenciado
o documento como garantia. Ninguém vai querer ser barrado depois de meses de preparação,
em função de um simples documento. Afinal, os cuidados com a saúde devem ser uma
prática rotineira, independentemente da circunstância.
Uma boa opção
de prova sul-americana que tem tudo para conquistar os corredores brasileiros. Trata-se
da Maratona de Lima. Boa organização
e três opções de prova: 10 km, 21 km e 42 km.
A LC Tour está
oferecendo pacote para a Maratona de Lima, que está programada para o dia 18 de
maio. O pacote inclui hospedagem no Hotel Atton, com café da manhã por 3 noites;
translado aeroporto/hotel/aeroporto/ translado para a largada da prova/
assistência durante a viagem; city tour e seguro viagem.

Mais
informações sobre os valores dos pacotes aéreo e terrestre no site da LC Tour (http://www.lctour.com.br).

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