Já perdi a conta de quantas vezes tive que justificar sobre o meu vício de correr. Às vezes, o questionamento é tão insistente que soa como provocação. É que em geral a pergunta vem com aquele insinuante “que gosto tem em sair correndo pela rua”, como se fosse coisa de ‘doido’.
Tenho a impressão que a resposta tem a ver com a “coisa de doido” mesmo. É que com palavras é difícil convencer alguém de algo que está lhe fazendo bem. É como explicar um sentimento que o outro nunca sonhou em experimentar, pois, sequer sabe de sua existência. Portanto, será incompreensível.
Talvez, a melhor forma de compreender é se tornando um “doido”. Dificilmente quem está de fora vê o ato de correr como algo prazeroso. Quem está acostumado a deixar o corpo numa zona de conforto vai sempre tratar a corrida como um martírio, principalmente, se a lucidez estiver no limite dos 42 km. Esse corredor, então, nem o mais moderno dos tratamentos psiquiátricos dará jeito.
No meu caso, não há mais nada a se fazer. Garanto que não tem mais cura. Vou continuar acordando nas madrugadas para correr mais e mais. Vou continuar com os tiros que levam o corpo à exaustão e fazem o coração quase saltar pela boca. Vou continuar praticando o maraturismo, para correr 42 km e fazer turismo pelos quatros cantos do mundo.
Bom, se isso não foi o suficiente para explicar, só correndo para saber.

Não me canso de comemorar o
recorde pessoal na Maratona de Porto Alegre. Até porque fiz por merecer.
Dediquei 20 semanas do meu atribulado tempo para treinar. Falando assim parece
pouco, mas foram cinco meses de dedicação exclusiva de todo o tempo disponível,
para atingir esse objetivo.

Maratona de Porto Alegre 2014

É por esse motivo que criou-se
uma boa expectativa em relação ao Ranking Brasileiro de Maratonistas (RBM),
temporada 2014. Com a marca de Porto Alegre, de 3h21min57s, é bem provável que
melhore mais de 100 posições no RBM. Na temporada passada, o tempo de
3h35min22s, obtido na dureza que é a Maratona de São Paulo, permitiu a posição
de 344.

 

No atual RBM, o tempo obtido em
POA daria a classificação 202. Na prática, isso não muda absolutamente nada na minha
vida de corredor, mas também não deixa de ser uma boa motivação para continuar
melhorando ainda mais. É que nesse universo são poucas as oportunidades
oferecidas aos atletas amadores, em que pese, serem a maioria esmagadora em
termos de participação em provas. Então, vale a pena ficar de olho no ranking.

Cada indivíduo funciona de uma forma diferente e isso é determinante na hora de decidir entre sair para correr ou permanecer na cama. Há uns que se sentem mais dispostos pela manhã. Outros preferem o finalzinho da tarde ou o anoitecer. O fato é que para tornar a corrida um hábito frequente é preciso levar essa individualidade em consideração.
Mas uma coisa precisa ser dita, não deixe de treinar se o único momento disponível não coincidir com o seu horário de maior disposição. Apesar de pesquisas indicarem o período da manhã como o mais produtivo para se praticar atividade física, não há dúvida de que o melhor horário é aquele que você tem disponível.
Na verdade, isso não chega a ser um problema. É que, com o tempo, o corpo vai se adaptando ao horário e aquele momento supostamente impensável para treinar, passará a ser a hora de maior energia.
E uma boa razão para correr no horário disponível de sua agenda é que a cada quilômetro percorrido o corpo queima em média 70 calorias. Embora seja uma quantidade relativamente pequena, se você correr num ritmo de 5min/km por meia hora o resultado será bem melhor, cerca de 420 calorias vão deixar em paz alguma parte do seu corpo. 
Além disso, se tonar a corrida como um ato rotineiro, o metabolismo irá acelerar, queimando mais calorias, e melhorando o condicionamento físico. Então, vale a pena incorporar na sua vida a corridinha nossa de cada dia.
DEU PÓDIO
O atleta e presidente da Equipe Porta do Sol, Emerson Rabelo, fez bonito na Meia Maratona da Assembleia Paraense. Emerson obteve o segundo lugar na sua categoria, A prova foi realizada neste domingo (15/06), na capital paraense.
MAIS PÓDIO
Outros atletas da Equipe Porta do Sol também fizeram bonito no Pará. José Maria Arruda, Idair Santos e Maria Ivonete marcaram presença na Corrida de Santo Antonio, em Santarém-PA, e conquistaram, respectivamente, segundo, quarto e quarto lugares. A prova aconteceu no dia 12/06.
DUAS POR ANO
Como levo muito a sério a preparação para uma maratona, acredito que duas por ano, uma em cada semestre, são suficientes e suportáveis para um corpo com 40 e tantos anos de rodagem. Dois ciclos de treinamento por ano eu ainda aguento.

TERCEIRA SEMANA
A propósito da preparação para a maratona do segundo semestre, que será em Berlim, estou entrando na terceira semana. Nessa fase do trabalho de base o foco é nas rodagens, sem deixar de lado, o trabalho de força e velocidade. A planilha é totalmente tucuju.
CRÉDITO AO TFC
Acredito que o Treino Funcional para Corredores (TFC) ajudou e muito na performance que obtive na Maratona de Porto Alegre. As atividades do TFC contribuíram para o ganho de força, equilíbrio, flexibilidade, condicionamento
físico, resistência e agilidade, habilidades que ajudam na economia de
energia, técnica de corrida e no ganho de performance.
Em tempos de Copa do Mundo, o treino não pode parar. Ainda mais quando a meta é uma maratona. Por isso, no meu caso, sábado é dia de rodagem. Como estou iniciando a preparação, o longão é mais para apreciar a paisagem do que propriamente ficar de olho no GPS para controlar ritmo e velocidade.
Na verdade, nessas rodagens, tenho servido de “personal runner” para as amigas Lice e Tânia, que estão em preparação para a Maratona do Rio. Apesar disso, não interfiro no ritmo, apenas, faço o papel de acompanhante, uma espécie de guarda-costas das corridas de rua. É que tem muitos “engraçadinhos” pelas ruas, que se aproveitam dessas ocasiões. Sem falar da violência que assola todas as regiões do país.

Lice seguindo para cumprir 24 km
Mas não pensem que isso é uma tarefa fácil acompanhá-las. Tanto a Tânia quanto a Lice costumam frequentar o pódio das corridas de rua na região e na categoria principal. Tem muita bagagem no esporte e correm num ritmo competitivo. Como não tenho que ganhar delas, basta manter-se próximo e observando o desempenho das duas.

Tânia Reis na Rodovia JK
Dessa vez, a Tânia cumpriu 30 km em 2h59min02s, pace médio de 5min57s/km, e a Lice 24 km em 2h18min43s, ritmo médio de 5min47s/km. Viu? Tem muito marmanjo que não consegue manter esse ritmo nem em distâncias menores. As meninas seguem firmes em direção a linha de chegada da Maratona do Rio.  
Na vida, desempenhamos diversos papéis. Em casa, somos pai, marido e algumas vezes, as circunstâncias nos fazem carpinteiro, pintor, motorista… Um multiprofissional dos afazeres domésticos. Um “Severino” no melhor estilo quebra-galho. Embora, em algumas ocasiões essas atividades proporcionem prazer, cumpri-las é um grande desafio, pois, nem sempre estamos preparados para tal. É por esse motivo que os chamados “maridos de aluguel” abocanharam esse mercado.
No mundo das corridas bem que poderia existir isso. Uma espécie de “corredor de aluguel”. Quando você não tivesse um parceiro para acompanhá-lo num longão, bastaria um telefonema e um profissional estaria à sua disposição para ajudá-lo a cumprir sua quilometragem, principalmente, nos treinos para maratonas, que por demandarem mais tempo, tornam-se monótonos.
O “corredor de aluguel” ficaria encarregado de marcar o ritmo ao gosto do cliente, incentivando e motivando para não deixar a peteca cair. Se necessário, carregaria a água, o gel de carboidrato e providenciaria um percurso sem muita dificuldade. No caso de um turista, mostraria os atrativos da cidade num trajeto que passasse pelos principais pontos turísticos.
Como a corrida de rua é um esporte que cresce a cada ano, quem sabe essa moda pega. Nos tempos de encontros impessoais, através das redes sociais, o “corredor de aluguel” é uma boa pedida. Se precisarem…
DICAS PARA MANTER O RITMO
1 PARTICIPE DE ALGUM EVENTO
Inscrever-se em uma corrida de 5 km, 10 km, meia maratona ou maratona é uma certeza de que você vai querer continuar correndo. Ter um objetivo direciona a mente, especialmente se você também seguir um plano de treino. Seu desejo de completar a corrida vai motivá-lo a sair mesmo quando a televisão estiver te chamando.
2 HORA AGRADÁVEL
Corra nos momentos mais oportunos para você. Alguém do escritório pode contar vantagem sobre as suas corridas matinais, mas nem todo mundo está no seu melhor preparo a essa hora do dia. Então, em vez de colocar o alarme para as 6h, vá depois do trabalho – ou até mesmo vá correndo do trabalho para casa.
3 CORRA COM OUTRAS PESSOAS
Como a Liz Yelling sugere, a interação social por meio da corrida com um amigo ou um grupo pode motivá-lo e dar-lhe um novo impulso. Correr com outras pessoas também acrescenta uma espécie de competição ao seu treino, que vai fazê-lo ir um pouco mais além dos seus limites.
4 VARIE
Não vá sempre pelo mesmo caminho. Aventurar-se em diferentes lugares e terrenos acrescenta uma nova graça. Quando isso não for possível, faça o mesmo percurso de sempre no sentido inverso, pelo menos, terá uma ligeira mudança de cenário. Além disso, faça corridas variadas adicionando diferentes sessões, como um intervalo, uma colina e um novo ritmo. Isso o ajuda a correr mais e mais rápido.

_______________________________________
Texto extraído do GUIA ESSENCIAL RUNNING – Treinamento e Técnica, 1a. ed, São Paulo, On line Editora, 2014.
Em
tempos de Copa do Mundo, as atenções estão voltadas para as partidas de
futebol. Não é à toa que esse é o país do futebol. Mas para quem está
focado em cumprir suas metas, principalmente os que vão se aventurar na
rainha das provas, tem que mudar a rotina para não cabular a planilha e
ao mesmo se divertir/sofrer com os jogos, especialmente, os do Brasil.
Bob, Ana e Lana firmes no TFC
Um
bom exemplo, aconteceu nesta manhã de sexta-feira (13/06). A ressaca do
jogo do Brasil fez com pouca gente levantasse cedo para correr. No
grupo do treino funcional que acompanhamos, apenas uns “gatos pingados”
compareceram. Nas ruas também não vi ninguém correndo.

Como foi por um bom motivo, estão todos perdoados. É que não dá para competir com um evento desses.

Uma palavra que representa
muito bem o sentimento de correr uma maratona é S-U-P-E-R-A-Ç-Ã-O. Ultrapassar
a linha de chegada depois de exaustivos 42 km exige bastante do físico, do
emocional e do psicológico. Por isso, poucas pessoas se aventuram nesse desafio.
É um ato de bravura, mas, sobretudo, de superação dos limites. E isso fica mais
evidente quando se trata de alguém que já teria uma dificuldade antes mesmo da
largada. Imagine um deficiente visual correndo uma maratona, sem guia e orientando-se
com bengala de locomoção. Essa pessoa é Francisco Lima de Souza, que correu a Maratona
de Porto Alegre 2014 e completou a prova em 4h37min21s, ritmo médio de
6min35s/km. É ou não é um ato de superação?
Francisco Lima de Souza na Maratona de Porto Alegre 2014

Conheça mais o Maraturista

Envie-nos um email para tirar suas dúvidas

Somos Credenciados

Credenciado da metodologia Vo2Pro