Quando se trata de maratonas, não sou
marinheiro de primeira viagem. Fiz minha estreia em 2010 na Maratona de
Estocolmo. Consegui completá-la em 4h12min. 
O tempo não é relevante considerando-se as circunstâncias em que corri
os 15 km finais da prova, com muitas dores musculares e câimbras. O objetivo
principal era concluir a prova, mas o planejamento visava um tempo entre
3h40min e 3h55min, ou seja, abaixo de 4h.
Superada
a ansiedade e a dificuldade da estreia, a missão passou a ser a quebra da
barreira das 4 horas. No ano de 2011, a missão foi um sucesso em duas ocasiões.
No primeiro semestre, na Maratona de São Paulo, o tempo foi 3h41min46s. Na
Maratona de Buenos Aires foi um espetáculo. Estabeleci a minha melhor marca em
maratonas, 3h25min31s.
Maratona de Buenos Aires 2011
A
partir da marca em Buenos Aires, a meta passou a ser obter índice para Boston.
Em 2013, apesar de estar bem preparado, só consegui 3h31min13s na Maratona de
Paris e 3h35min22s na Maratona de São Paulo.
Maratona de Paris 2013
Neste
ano o desafio continua sendo perseguir o índice para Boston, mas com uma
ressalva. Primeiro quebrar a barreira das 3h30min e depois, a qualificação para
Boston. Serão duas maratonas: Porto Alegre e Berlim. Uma no primeiro e outra no
segundo semestre.
Maratona de São Paulo 2013
A
Maratona de Porto Alegre será no dia 18 de maio, que além do propósito
assinalado acima, há também a proposta de melhorar a posição no Ranking
Brasileiro de Maratonistas (RBM). No RBM só são consideradas provas nacionais. A
segunda será a Maratona de Berlim, dia 27 de setembro. Nessa, a meta será mais
ousada. Será a busca derradeira por uma vaga em Boston. Correr em busca de uma
performance espetacular. A intenção é fazer um tempo entre 3h10min e 3h15min.
Essas
serão as principais aventuras em 2014. Todas as atividades vão estar
direcionadas para atingir esses objetivos. Já tenho a experiência de provas
passadas e sei o que posso render em maratonas.

Pretendo
correr a Maratona de Porto Alegre num ritmo entre 4min50s e 5min/km. A ideia é
completar o percurso sub-3h30min. Para ser mais esclarecedor, num tempo de 3h25min.
Na verdade, será uma tentativa de bater o meu recorde pessoal que é exatamente 3h25min31s.

Maratona de Porto Alegre 2012
A
sensação é de que estou melhor condicionado do que quando consegui essa marca
em Buenos Aires. Como consigo correr com relativa facilidade ritmos mais baixos
do que o que pretendo em Porto Alegre, há uma expectativa favorável. Mesmo
assim, vou fazer uma prova conservadora até a metade da prova, a partir daí,
vou tentar buscar esse tempo. Então, que os deuses da corrida nos ajudem.
Experimentei uma nova modalidade de treino. Talvez não encontre similar em nenhuma enciclopédia de corrida, mas para o objetivo a que se propunha foi extremamente eficiente. Trata-se do treino “pega ladrão”. Funciona assim: você está correndo suavemente e de repente você vê um garoto (de aproximadamente 12 anos) arrancar um celular de uma senhora, que vinha acompanhada de sua filhinha. O garoto pula na garupa da bicicleta de seu comparsa e segue em disparada. Você indignado com a situação sai em desabalada carreira atrás dos “gatunos”, tão rápido quanto aquele sprint no final de uma prova. Consegue alcançá-los, mas só é possível segurar apenas um, recupera o celular e apresenta o agressor para a Polícia Militar. É dessa forma que funciona. Se isso acontecesse nos quilômetros finais de uma maratona, é bem provável que já tivesse conseguido índice para Boston. 
Evite correr sob sol forte e em dias muitos quentes.
Nessas circunstâncias, a tendência é que a FC [frequência cardíaca] aumente muito, mesmo que  você corra num ritmo mais leve. Isso acontece porque o sangue tem de cumprir várias funções simultaneamente, entre elas equilibrar a temperatura corporal e suprir os músculos de oxigênio e nutrientes. Com essas e outras funções sendo feitas ao mesmo tempo, ocorre uma sobrecarga cardíaca e a FC pode elevar-se além dos limites desejáveis, um perigo para a sua saúde e para sua vida!
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Texto
extraído do livro COMER, TREINAR, DORMIR: como superar as doenças da
vida moderna, de autoria da médica Samira Layaun, editora prumo, 2012.
Muitos
treinadores de corrida prescrevem uma rodagem entre 32 a 36 km como o pico da quilometragem
a ser seguida nos longões preparatórios para maratonas. Não há um consenso da
distância ideal a ser seguida, mas há uma preferência pelos 32 km. Por outro
lado, o que não se pode negar é que as altas quilometragens são necessárias para
melhorar a resistência física, a tolerância mental e também para dar confiança
ao atleta.
Fisiologicamente,
os treinos longos ajudam a melhorar a utilização de gordura (ácidos graxos)
como fonte de energia nas maratonas. Segundo o treinador Luciano Andrade, o consumo
de glicogênio (carboidratos) numa maratona é de 700g, medida superior a
capacidade de estocar do organismo e utilizar como fonte de energia. Em função
disso, o uso da gordura é necessário para essas provas, pois, de 10 a 50% da
energia utilizada provém dessa fonte.

Adoto a
realização do longo de 32 km duas semanas antes da prova. Assim foi feito nas
preparações anteriores para as maratonas, conforme pode-se verificar a seguir:
•15/05/2010 – 32 km
em 3h59min45s (Maratona de Estocolmo 2010)
•21/05/2011 – 32 km
em 2h52min20s (Maratona de São Paulo 2011)
•10/09/2011 – 32 km
em 3h31min37s (Maratona de Buenos Aires 2011)
•23/03/2013 – 32 km
em 3h02min (Maratona de Paris 2013)
•21/09/2013 – 32 km
em 2h57min28s (Maratona de São Paulo 2013)
•26/04/2014 – 32 km
em 2h49min25s (Maratona de Porto Alegre 2014)

Apesar
de não ter sido tão eficiente no treinamento dos 32 km para a Maratona de
Buenos Aires, foi nela que obtive o melhor rendimento, que é meu recorde
pessoal nos 42 km, 3h25min31s. Isso é um indicativo de que os treinos longos
devem primar por ritmos mais conservadores.

NÃO PENSE QUE VOCÊ CORRE SÓ COM AS PERNAS – Força mental é um dos diferenciais entre o sucesso e o fracasso na corrida de rua. Aprenda como fazer sua cabeça botar o corpo para trabalhar mais e melhor.
Existem várias técnicas indicadas para o controle das emoções e da ansiedade pré-prova, como explica Mariah Theodoro.
-RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA: pode ser feita antes de dormir para ajudar no relaxamento e na diminuição da ansiedade do atleta para que ele possa ter uma boa noite de sono, para prevenir pensamentos intrusivos que levam ao aumento da ansiedade e para que o estresse também diminua. É necessário que inicialmente o atleta se sente numa posição cômoda e confortável, mas no início pode ser mais fácil numa posição deitada (ambas as posições podem servir, dependerá de como se sentirá melhor).
Comece respirando três vezes profundamente para que o corpo receba os sinais de que precisa relaxar. Em seguida coloque em uma de suas mãos acima do umbigo para que possa perceber o movimento que o abdome realiza durante as inspirações e expirações. Siga inspirando pelo nariz em três tempos com tranquilidade e inflando bem o abdome. Segure um pouquinho o ar e solte o ar pela boca devagar em seis tempos murchando a barriga. É importante que durante as inspirações o atleta mantenha a coluna e os ombros alinhados e foque no movimento do diafragma, preenchendo todo o pulmão de ar o máximo que conseguir e depois, suavemente, expirar de modo que o pulmão possa esvaziar-se completamente. Só é preciso dosar as séries de inspirações e expirações para que não ocorra mal estar devido a uma possível hiperventilação pelo excesso de tempo de prática.
-VISUALIZAÇÃO OU PRÁTICA ENCOBERTA: favorece o desempenho durante a prova, já que permite ao cérebro receber informações como se de fato estivesse correndo, porém, sem deixar seu corpo cansado. Claro que quando o atleta trabalha esta prática dentro do contexto clínico, outros comportamentos são aprimorados e desenvolvidos para que esta técnica possa auxiliá-lo efetivamente e seu objetivo seja alcançado de forma mais completa. Sendo assim, de forma mais sucinta, o atleta poderá realizar esta técnica em casa, após o treino de respiração diafragmática.
Comece a imaginar todo percurso e as metas já estabelecidas em termos de tempo, ritmo, pontos em que fará a hidratação e a linha de chegada. Depois de imaginar o circuito num contexto de forma geral, comece a se imaginar no começo de sua preparação. Visualize-se na largada, imagine-se de forma positiva, confiante. Assim que a largada  for dada em sua mente, comece a fazer o percurso mentalmente como de fato você desejaria realizar a prova, com todos os objetivos programados. Caso você se disperse, não reaja negativamente aos estímulos que desviaram sua atenção, apenas volte para o “local” que você estava durante seu exercício de visualização e foque de novo em você de forma positiva.
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Texto de Julianne Cerasoli publicado na revista “CORREDORES S/A”, edição de março/2014, ano 12, no. 131. 
Para atletas
amadores, correr uma maratona abaixo de 4h não é uma tarefa das mais fáceis. É
claro, que há um seleto grupo de amadores considerados de elite. São
semiprofissionais. Esse grupo corre abaixo de 3h sem muito suplício. Mas estou
me referindo aos amadores que fazem da maratona um desafio pessoal e não estão
preocupados com performance. Aqueles que são carinhosamente chamados de
“pangarés”.
Posso me
considerar um “pangaré avançado”. Aquele que consegue correr os 42 km um pouco
abaixo de 4h e com bastante treino pode até chegar em 3h30min. E por incrível
que pareça, o ano de 2013 veio para confirmar isso. Fiz duas maratonas, uma no
primeiro e outra no segundo semestre. E o melhor que consegui foi 3h31min em
Paris contra 3h35min de São Paulo. É bem verdade que já fiz 3h25min em Buenos
Aires, no ano de 2011, mas a realidade hoje é para algo bem mais modesto.
Por enquanto,
essa é a categoria que me encaixo. Estou treinando e confiante que ainda posso
chegar num outro patamar, mais elevado. Talvez, num de “amador excepcional”, aquele
que consegue 3h10min a 3h15min. Dessa forma, conseguiria qualificar-me para
Boston. Um presente para a nova graduação.

Mas,
por enquanto, um “pangaré” é o que eu sou. Com muito orgulho, diga-se de
passagem.

Correr regularmente retarda os efeitos do envelhecimento, constatou, em 2008, um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Standford, que acompanhou 500 corredores de idade por mais de 20 anos.
Corredores idosos tem menos indisposição e permanecem mais ativos quando atingem os 70 e 80 anos. Os pesquisadores acompanharam 538 corredores com mais de 50 anos comparando-os com um grupo similar de 423 não corredores. Os corredores faziam parte de um clube nacional de corrida.
Em 19 anos de corrida, 34% dos não corredores havia morrido, comparado com apenas 15% dos corredores. No começo da pesquisa, os corredores corriam uma média de 4 horas por semana. Depois de 21 anos, o tempo de corrida caiu para a média de 76 minutos por semana.
Todos que participaram do estudo se tornaram mais indispostos ao longo dos anos, mas entre os corredores as indisposições começaram mais tardiamente. As taxas de mortes por ataques cardíacos e derrames são menores entre os corredores, assim como as mortes precoces causadas por câncer, doenças neurológicas, infecções e outras causas, segundo o estudo revelou.
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Extraído do livro “+ Corrida” do Jornalista Rodolfo Lucena, Publifolha, 2009.
A rodagem de sábado (26/04) foi perfeita. O clima estava ameno e uma chuva fina tornou o ambiente agradável para encarar 32 km. A “máquina” funcionou direitinho, sem qualquer defeito durante o percurso e também não faltou combustível.

Nos 10 km finais, entretanto, o sol veio com tudo. Esquentou “pra dedéu”. Mas não foi suficiente para quebrar a “máquina”. Com uma hidratação a cada 3 km, isotônico de 5 em 5 km e carboidrato em gel a cada 8 km foi possível concluir os 32 km inteiraço, num tempo de 2h49min25s, ritmo médio de 5min17s/km.

Faltando três semanas para a Maratona de Porto Alegre, finalizar o treino com o corpo respondendo bem ao esforço é indicativo de que o trabalho vem sendo bem feito. Ao mesmo tempo em que cria uma expectativa favorável para um bom desempenho na prova, dá mais confiança e nos deixa mais motivado para enfrentar o desafio.   

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