Nessa época do ano, de “verão amazônico”, os praticantes de atividade física ao ar livre sofrem com o forte calor, principalmente, os corredores que não tem outra opção e tem que encarar as ruas da cidade e são castigados pelas elevadas temperaturas, acima de 30 graus.
Alguém pode até ver vantagem nisso. Treinar em climas quentes ajuda quando a prova acontece em regiões com condições climáticas favoráveis, com temperaturas amenas. Entretanto, castiga bastante o organismo e o desgaste físico além de ocasionar perda de rendimento pode causar danos à saúde e até ser fatal. Dentre os principais problemas ao organismo estão o aumento da temperatura corporal, perda de líquidos e de eletrólitos. Durante a corrida os “sinais de fraqueza, tontura, náusea, desorientação, cessação da transpiração, arrepios, câimbras, exaustão, hiponatrema e até derrames” são sintomas indicativos da ação do calor.
Agora, imagine se preparar para uma maratona tendo que treinar nessas condições. Passei por essa situação em 2011 quando treinava para a Maratona de Buenos Aires. E, de fato, o calor era insuportável. Tinha que iniciar os longões por volta das cinco da manhã para concluí-los quando a temperatura começava a se elevar.
Há no Brasil, um movimento para que os organizadores de eventos de corridas realizem as largadas das provas mais cedo, em função das elevadas temperaturas que assolam nosso país. A intenção é minimizar o sofrimento dos corredores, principalmente, daqueles medianos e mais lentos, que passam mais tempo para concluir a prova e que são a grande maioria dos participantes.
De acordo com o site “Team Oregon”, a temperatura entre 10 e 13 graus Celsius é a ideal para o rendimento em corridas de longas distâncias. Temperaturas acima deste patamar afetam a performance de até 2% para cada 3 graus Celsius, afirma. E conclui alertando que é necessário também levar em consideração outros fatores ambientais como: umidade relativa, movimento do ar e radiação (luz solar).
Na nossa cidade – Macapá, apesar de estarmos dentro da floresta amazônica, a cidade carece de arborização. Quem costuma usar a orla da cidade para treinar ressente-se de uma sombra para amenizar o calor. É certo que há a brisa do Rio Amazonas, mas o calor é tão intenso que o vento só ajuda se for para dá um empurrãozinho, se estiver a favor. Do contrário, será sofrimento duplo.
A solução é exercitar-se bem cedinho ou no final da tarde, após as 18h. São os horários de temperaturas mais “agradáveis” e suportáveis. É que aqui é oito ou oitenta. É treinar ou desistir!

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