Um tênis de corrida se assemelha a um carro de Fórmula 1 (F-1). O cabedal é o chassi do tênis, responsável pela proteção e conforto dos pés. A palmilha é o banco, para acomodar e dar a correta postura aos pés. A entressola é o amortecedor, que garante a dispersão de impactos e o controle do movimento. A sola é o pneu, que dá estabilidade e garante a tração, como fica em contato com o solo se desgasta rapidamente. O sistema de amarração é o cinto de segurança, fundamental para dar firmeza aos pés dentro do tênis. E, finalmente, o cockpit do tênis é a cabine de pilotagem, o local onde o pé se ajusta e faz o controle das passadas.
As semelhanças realmente são muitas, mas já pensou se durante uma corrida tivéssemos que efetuar duas ou três trocas de pneus, digo de tênis, como ocorre na F-1? A firma ia falir. Na prática, os especialistas sugerem que a cada 500 ou 600 km de rodagem o tênis seja trocado. Menos mal. Segundo eles, após essa quilometragem há uma queda de rendimento do tênis e o risco de lesões aumenta, em função de seu desgaste acentuado e por conseqüência, da perda de suas características técnicas e funcionais.
Atualmente, uso para treinos quatro pares de tênis: um Nike Dart VI, dois Athletic Netuno e um Olympikus Running. Para competições uso exclusivamente o Saucony Triumph 5 (na foto acima), que adquiri em 2009 e foi meu parceiro nas últimas nove provas que participei, iniciando sua jornada na 10 Milhas Mizuno, em São Paulo.
Ultimamente, tenho observado que o Saucony apresenta algumas ranhuras no EVA (espuma vinílica acetinada) e isso é uma indicação de que está na hora da troca. Por esse motivo, a Maratona Internacional de São Paulo vai marcar a aposentadoria desse companheiro. Foram, somente em provas, mais de 170 km de rodagem, fora os treinos longos antes das competições, mais passeios e viagens. Ele não atuará em provas, mas estará presente em treinos curtos, academia e nos passeios de finais de semana. Afinal, depois de todos esses anos, o descanso é mais que merecido.

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