Veja as recomendações
do maratonista supercampeão da Maratona da Disney, Adriano Bastos, a respeito
do percurso da mais popular corrida de rua do Brasil, a São Silvestre.

1
Não jante tão cedo no dia anterior. Procure comer por volta das 21h30 para
manter as reservas de carboidrato por mais tempo até a prova. Acorde com 2h de
antecedência (às 7h) e tome um café da manhã leve. Vá para o local da prova
levando uma fruta e uma garrafa de água para se hidratar. Passe protetor solar,
leve boné, óculos escuro (se estiver acostumado a usar), pois o calor e o sol
estarão fortes nesse horário.
2
Não vale a pena ir cedo para a largada e ficar esperando em pé para se
posicionar bem. O desgaste de ficar lá parado, esperando, com certeza
comprometerá sua prova e de nada adiantará largar lá na frente. Todos os
minutos ganhos num bom posicionamento para largar será perdido com o cansaço.
Chegue ao local com 1h de antecedência ao horário da largada. Se for correr
para tempo, quando faltar cerca de 30 minutos para a largada, inicie um trote
de aquecimento de pelo menos uns 15 minutos e aí sim tente se posicionar o mais
na frente possível para largar. Melhor perder alguns minutos na largada e
ganhar minutos no decorrer da prova. Isso vale para o corredor que quer buscar
performance. Se estiver na prova apenas para curtir ou usá-la como um treino,
uma rodagem, não há a menor necessidade de aquecer. Mesmo porque o que vale é o
tempo líquido, que só passa a contar depois que se passa pelo pórtico.
3
Tenha muito cuidado na largada. É preciso atenção para não trombar ou tropeçar
naqueles que estão ali mais preocupados em aparecer para a câmera da globo do
que correr. O ideal é tentar posicionar ao lado de pessoas que estão realmente
a fim de correr (mesmo que sejam mais lentos). A “galera” do fundão está lá
mais pela festa, muitos caminhando e atrapalhando o ritmo dos demais. Passado o
pórtico de largada, tente correr pelas laterais, próximo da guia da calçada,
pois a multidão se concentra mais no meio da pista e muitos têm medo de correr
próximo à guia, o que acaba gerando um pequeno espaço de passagem entre os
corredores e o público na calçada.
4
Largue num ritmo confortável ou consciente de que esteja fácil. Ou seja, tente
passar o primeiro km num ritmo em torno de 10 a 20 segundos mais lento do que
pretende manter durante a prova. Nunca mais forte do que isso, pois poderá
entrar em fadiga logo nos primeiros quilômetros. Não se empolgue com o ritmo
dos outros e muito menos com a forte descida no km 2, que gera um desgaste
grande devido ao forte impacto.
5
A temida subida da Brigadeiro Luis Antonio é o ponto da prova onde o corredor
menos precisa se preocupar. Ela é longa, porém é leve na inclinação. Não é
nenhum absurdo como as pessoas imaginam. Nos seus 2,5 km de extensão ela dá uma
inclinada mais forte apenas nos últimos 400 m e aí já fica plana novamente
antes de acessar a Avenida Paulista. O restante do percurso é muito pior e mais
pesado que a Brigadeiro, porque a prova é cheia de subidas pesadas que vão
minando os corredores aos poucos. Por isso, tenha cautela no início, dose o
ritmo e comece a correr mais forte somente depois de descer e já estiver na
parte plana da Avenida Pacaembu (na altura do km 4). Poupar o ritmo nesse
início permitirá que o corredor tenha forças para enfrentar todas as subidas
que encontrará dali para frente.
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Extraído
da Revista Contra-Relógio, ano 21, no. 243, edição de dezembro de 2013.

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