DE CORREDOR PARA CORREDORES

A corrida do MP é um marco na história dos eventos de corrida em nosso Estado. Digo isso, não só pelo sucesso que foi a prova, mas pela preocupação que os organizadores tiveram, principalmente, com a segurança, saúde e bem-estar dos atletas.

Não é fácil organizar um evento que lida diretamente com a vida das pessoas. Não é simplesmente colocar os atletas na rua. Há itens que são de observação obrigatória e que, sem eles, o risco à saúde e a segurança dos atletas é enorme e o evento fadado ao fracasso. A estrutura com a logística de rua, como o controle de tráfego, hidratação e suporte médico, é o detalhe que mais exige cuidado.

E é analisando as minúcias desses detalhes que percebemos que a corrida do MP teve o “dedo” de um corredor. Só um esportista da área teria a sensibilidade de fazer uma largada bem cedo; um kit mais apresentável; água gelada e em copo descartável; isotônico em saquinhos; kit-lanche; medalha personalizada; guarda-volume; banheiro químico; assistência média e fisioterápica e premiação em dinheiro.

Parece normal ao se ler dessa forma, mas a regra, inclusive a nível nacional, é a inobservância desses detalhes. A preocupação maior dos organizadores em eventos de corrida é com o retorno financeiro advindo de inscrições e patrocínio. Para eles é indiferente se o atleta vai beber água gelada ou quente; se vai utilizar um banheiro químico ou uma árvore para às necessidades fisiológicas, enfim. Vejam que é um detalhe simples, mas que para nós corredores é importante.

Portanto, a expressão “o “dedo” de um corredor” é o reconhecimento ao trabalho do promotor de justiça, Dr. Flavio Cavalcante, que com sua equipe, soube claramente expressar o seu sentimento, ora de organizador, ora de corredor. O resultado foi um evento que reuniu a credibilidade do Ministério Público e o alto-astral dos corredores. Tudo isso, feito por corredor para corredores.