Veja um método para saber se está treinando demais e entenda mais sobre o assunto.  
Por Olavo Guerra

Fadiga, cansaço, inapetência, mudança de humor e até infecções das vias
aéreas. Todos esses são sintomas de overtraining, problema que afeta
muitos corredores que treinam de forma exagerada. Outro sinal de que
você está correndo mais do que deveria vem do coração. “A frequência
cardíaca é um dos avisos que podemos usar para ter parâmetros de
treinamento e, consequentemente, do excesso dele”, explica o médico do
esporte do Instituto do Atleta (INA), em São Paulo, Dr. Rodrigo
Palhares.
ENTENDA O OVERTRAINING

Segundo o médico, quando o corpo ainda está cansado e não se
recuperou totalmente de um treino, os batimentos cardíacos por minuto
(bpm) em repouso são maiores. Uma reportagem publicada no site Running Competitor ensina uma maneira de, por meio da frequência cardíaca, descobrir se você precisa repousar.
– Logo que acordar, meça seu bpm. Para isso, utilize um relógio
digital, um caderno para anotar e caneta. Basta encontrar o sua pulsação
no pescoço ou no pulso e conte quantas vezes o seu coração bate durante
20 segundos – cronometrados no relógio. Multiplique esse número por
três e terá seu batimento por minuto. É importante variar entre dias com
e sem treinamento, para você saber qual deve ser seu bpm em repouso,
aproximadamente.

– Faça isso por alguns dias para descobrir uma média da sua
frequência cardíaca pela manhã. Vá anotando todos os dias no caderno.

– Compare o valor médio do bpm com um após um dia de corrida mais
intensa. Se sua frequência está sete ou mais batimentos acima do normal,
significa que ainda não está totalmente recuperado do último treino.

Essa técnica vale também para descobrir se você está melhorando o
condicionamento físico. Caso o bpm médio esteja diminuído com o passar
do tempo, você está cada vez melhor. Por outro lado, se o valor estiver
aumentando gradativamente, você pode estar forçando demais nos
treinamentos.

Palhares ainda lembra que há dois tipos de overtraining:
simpaticotônico e parassimpaticotônico. “No primeiro, o sistema nervoso
simpático (SNS) [que estimula ações que permitem ao organismo responder a
situações de estresse] acelera os batimentos cardíacos quando não está
totalmente recuperado de uma atividade física”, diz o médico. “É
facilmente diagnosticado, pois o indivíduo sente-se doente e com
diversos sintomas característicos, como fadiga, excitação, distúrbios do
sono, inapetência, perda de peso, tendência ao suor, mãos úmidas,
olheiras, palidez, dores de cabeça frequentes, taquicardia, variação da
pressão arterial e, como já dito, maior frequência cardíaca de repouso.”

No overtraining parassimpaticotônico, a principal característica é a
fraqueza. “O indivíduo não se encontra em condições de mobilizar a
energia necessária para participar de uma competição ou realizar
exercícios de alta intensidade que fazia antes”, conta. Essa forma de
excesso de treinamento é mais difícil de ser identificada, pois o
sistema nervoso parassimpático (SNP) tem a função de acalmar o corpo em
uma situação de emergência. Logo, os bpm volta ao normal, dificultando a
verificação dos sintômas. “O ideal é o diagnóstico de um especialista,
após exames laboratoriais.”

Para o tratamento de ambas, a diminuição da carga de treinos é
fundamental – dependendo do caso, até a suspensão das atividades. “A
recuperação ativa, com a prática de outros esportes, como a natação,
também é uma boa opção”, lembra o médico. Massagens, banhos com variação
de temperatura e sauna são outros métodos que ajudam. “A alimentação
deve ser rica em vitaminas e proteínas”, finaliza o doutor.

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Extraído do Portal O2 por minuto (http://o2porminuto.ativo.com/corrida-de-rua/materia/overtraining–identifique-pela-pulsacao)

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