A expectativa para a largada do Circuito do Sol, etapa do Rio de Janeiro, como o próprio nome sugere, era de sol. No entanto, o domingo estava nublado, encoberto por nuvens, mas não menos quente. Sem querer ser estraga prazeres, preferi o dia desse jeito. Menos mal para nós corredores.
Apesar da organização ter deixado a entrega do chip de cronometragem para o local da prova, momentos antes da largada, não havia tumulto. Em dados grupos de numeração havia filas, mas nada que assustasse. No meu caso, recebi o chip sem fila. Tudo muito rápido. Já fazia algum tempo que não participava de prova que exige devolução do chip. A moda é chip descartável.
Retirando o chip de cronometragem
A largada aconteceu às oito da manhã. Fiquei cerca de 30 metros do pórtico de largada, o que deu para fugir do tumulto inicial. A ideia era correr num ritmo bom, entre 4min30 a 4min40 por quilômetro, mas sem compromisso com uma meta específica. Na verdade, esse é o ritmo que pretendo correr na Maratona de Paris, portanto, essa prova seria uma oportunidade de fazer um treino de luxo. 
Fazendo aquecimento na área do Monumento dos Pracinhas
A saída foi em frente ao Monumento dos Pracinhas, na Av. Infante D. Henrique, na pista sentido centro. Cerca de 500 metros a frente havia o retorno para a pista do sentido oposto. Quando passei novamente pelo pórtico, vi muita gente que ainda nem havia largado. Segui margeando a pista, pelo centro estava congestionado. Dava para seguir no ritmo pretendido. Aqui e acolá, tinha que dá uns dribles para poder passar. Talvez, por isso, tenha conseguido o ritmo de 4min29s no primeiro quilômetro. 
Os primeiros quilômetros do percurso
Nesse início, um pequeno incômodo proveniente da palmilha esquerda do tênis. Parecia mais saliente que o normal na região do arco plantar. Continuei sem interromper o ritmo. No segundo quilômetro, o primeiro posto de hidratação. Tomei um pouco d’água para aliviar a garganta, que já estava seca e confirmei no Garmin o ritmo de 4min16s/km, totalizando 8min45s.
Nos dois quilômetros seguintes, corri confortavelmente procurando manter o pace. Os apressadinhos que largaram forte, já não conseguiam manter o pique inicial e destoavam do restante de corredores. Estavam ofegantes e trotando. Apesar do ritmo de 4min31s/km, estava com a respiração controlada, sem cansaço e com a musculatura respondendo bem. Apenas a tal da palmilha continuava incomodando. Mesmo assim, os quatro primeiros quilômetros foram cumpridos em 17min47s.
Uma das vantagens das provas no Aterro do Flamengo é que o percurso é plano. Isso permite que você consiga manter o pace com mais facilidade. Assim, passei no km 5 mantendo a mesma balada, ritmo de 4min30s/km e tempo total de prova de 22min17s. Apesar do tempo nublado e da ausência do sol, o clima não estava agradável. O mormaço atormentava e uma espécie de ar quente subia do asfalto. Ainda assim, passei no sexto quilômetro num ritmo de 4min28s/km e com 26min45s de tempo total.
No km 7, a sede já tomava conta quando passei pelo posto de hidratação. Cheguei a engasgar com a dose excessiva a ponto de ter que diminuir o ritmo. O restante, joguei na cabeça e no rosto para aliviar o calor. O pace foi de 4min38s/km e 31min23s de corrida.
Chegada da corrida
Depois da hidratação, retomei o ritmo e já pensando em correr mais forte nesses quilômetros finais. Como estava bem, apesar do incômodo da palmilha, resolvi pisar fundo nesses quilômetros finais. Passei pelo km 8 com pace de 4min32s e já tinha o pórtico de chegada na alça de mira. Dá um alívio saber que a chegada está no seu campo de visão.
A partir do km 8, a pista estava tumultuada. Tínhamos que disputar espaço com os corredores que faziam a prova de 5 km. Muita gente caminhava. Tinha que fazer malabarismo para desviar. Isso comprometeu a manutenção do ritmo. Mesmo assim, fiz 4min31s no km9 e 40min26s de tempo de prova.
No último quilômetro, sai em desabalada carreira. Um Sprint tradicional para finalizar a corrida desafiando o cansaço. Passei pelo pórtico de chegada bufando, num pace espetacular de 3min43s e tempo final de 44min09s. Mais uma prova de 10 km sub-45min.
Depois da chegada
Consolidando o resultado geral, o meu rendimento ficou assim:
Nome: Marco Aurélio P. Ferreira
Tempo oficial: 44min09s
Classificação Geral: 113
Classificação p/ faixa etária (40-49): 15
Ritmo: 4min24s/km
Velocidade média: 13,5km/h
Verificando as bolhas no pé esquerdo. 
Após a chegada, caminhei um pouco e parei para retirar o chip do tênis. Nesse instante, notei o desconforto no pé esquerdo. Era o incômodo que havia relatado durante a corrida. Entreguei o chip, recebi a medalha, peguei o kit lanche e imediatamente tratei de tirar o tênis para verificar o estrago. Apenas três pequenas bolhas, formando um triângulo, que pareciam moldadas pelos furinhos da palmilha esquerda. Nada grave!
  1. Caro Marco Aurélio. Também participei da corrida, não inscrito, e notei uma coisa muito estranha no percurso: a kilometragem do meu gps estava bem alinhada com as placas de km da prova…isso até a placa de 6 km. Pelas placas, eu estava com um pace de 4:30 até o km 5, e então eu teria feito o km 5/6 em cerca de 50 segundo a menos do o meu pace de 4:30, ou seja, 3:40 (o que não aconteceu – eu estava em velocidade bem constante). Vc também notou esse descasamento quando chegou na placa de km 6 ? Digo isso porque fechei a prova em 44'12'', um tempo que considero muito baixo, e meu gps marcou o percurso de 9,81km e não os 10km da prova (o que explicaria o tempo baixo – cerca de 50 segundo a menos). Sei também que o GPS não é preciso, mas, em razão dessa diferença na placa de km 6, acho que o circuito real ficou com cerca de uns 200 metros a menos do que os 10k, o que explicaria meu tempo muito baixo. Vc se lembra quanto marcou o seu Garmim, para o percurso total ? Abraços, Marcio Castro Chaym.

  2. Caro Marcio! Notei sim uma pequena diferença entre a marcação do GPS e as placas indicativas da prova. Mas como isso ocorre com frequência, uso os dados do GPS apenas para ajudar na minha descrição da prova. Mas vc está certo, o meu GPS marcou 9,91 km. É certo que existe uma margem de erro e a forma como você descreve sua trajetória no percurso, pois a distância é marcada tangenciando a pista, interferem na medina final feita pelo GPS. O tempo que fiz na prova está dentro dos meus tempos atuais nos 10 km. Inclusive meu melhor tempo nessa distância é 42min48s. De qualquer forma, seu comentário é pertinente, pois nem sempre os organizadores se preocupam com a medida correta da distância da prova. Boas corridas para você!

  3. Obrigado pela resposta, Marco Aurélio. A questão que coloquei se deve ao fato de o meu melhor tempo até então ter sido 46'27'', no domingo anterior, na São Sebastião. Estava há dois meses sem fazer prova de 10k, mas treinando forte. Em razão da largada tumultuada na São Sebastião e do calor, acreditei que no circuito do Sol eu poderia baixar o meu tempo para um pouco menos de 46'. No entanto, meu tempo de cronômetro foi 44'12'', ou seja, 2'15'' abaixo do tempo da semana anterior…no meu planejamento, esperada conseguir 46' em 10k agora em janeiro e tentar os 45' lá para março ou abril. Fiquei muito surpreso e até mesmo desconfiado do tempo de 44'12 que atingi neste domingo, e em razão da pequena distância entre as placas de km5 e km6 (uns 800m), assim como pela marcação do GPS ter contado 200m a menos no percurso, acredito que meu tempo 'real' para os 10k nesta prova ficou por volta dos 45' (acrescentando os 190m de percurso 'comidos' pela Organização da prova. Minha preocupação é a de não criar expectativas exageradas em cima de um resultado que pode não ter ocorrido. 44'12'' para mim é irreal. Mas os 45' para mim eu posso considerar como espetacular !!! Abraços e boa Maratona de Paris.

  4. Ainda, a tendência é que sempre o GPS marque um pouco mais de distância do que a medição da prova, uma vez que esta é, na teoria, marcada sempre se utilizando o melhor tangenciamento possivel das curvas, o que nem sempre conseguimos fazer – há as ultrapassagens e desvios de poças, buracos, etc. E nossos dois gps marcarem uma distância menor que os 10k é um forte indício de que a prova teve menos que a nossa marcação (na média, sabendo da margem de erro).

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