Já perdi a conta de quantas vezes tive que justificar sobre o meu vício de correr. Às vezes, o questionamento é tão insistente que soa como provocação. É que em geral a pergunta vem com aquele insinuante “que gosto tem em sair correndo pela rua”, como se fosse coisa de ‘doido’.
Tenho a impressão que a resposta tem a ver com a “coisa de doido” mesmo. É que com palavras é difícil convencer alguém de algo que está lhe fazendo bem. É como explicar um sentimento que o outro nunca sonhou em experimentar, pois, sequer sabe de sua existência. Portanto, será incompreensível.
Talvez, a melhor forma de compreender é se tornando um “doido”. Dificilmente quem está de fora vê o ato de correr como algo prazeroso. Quem está acostumado a deixar o corpo numa zona de conforto vai sempre tratar a corrida como um martírio, principalmente, se a lucidez estiver no limite dos 42 km. Esse corredor, então, nem o mais moderno dos tratamentos psiquiátricos dará jeito.
No meu caso, não há mais nada a se fazer. Garanto que não tem mais cura. Vou continuar acordando nas madrugadas para correr mais e mais. Vou continuar com os tiros que levam o corpo à exaustão e fazem o coração quase saltar pela boca. Vou continuar praticando o maraturismo, para correr 42 km e fazer turismo pelos quatros cantos do mundo.
Bom, se isso não foi o suficiente para explicar, só correndo para saber.
  1. Nossa!Lendo esse texto nem tinha me dado conta que virei uma “doida”estou amando esse hospício que me dar o maior prazer que é correr.Esse professor sabe tudo!

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