A corrida faz parte da minha vida. É uma paixão que já cultivo há mais de 15 anos. É porque comecei cedo aos 12 anos e segui até aos 17, quando tive que privilegiar os estudos. Depois, retomei a trajetória de atleta aos 32 anos e sigo até os dias atuais. Isso quer dizer que um terço da minha história foi forjada correndo e, literalmente, com muito suor. Não é por acaso que costumo dizer que minha praia é a rua, numa alusão a minha preferência por esse esporte.
Embora, continue pisando fundo e imprimindo velocidades dignas de uma multa de trânsito, isso só é possível no interior de um automóvel. É que fui traiçoeira e covardemente atacado pelas costas por uma lombalgia. Ela impede que eu faça qualquer atividade que gere impacto, como o ato de correr, longas caminhadas ou até musculação. A constatação é que a dor lombar levou por agua abaixo o planejamento, a planilha e toda a preparação para a Maratona de Berlim.

Por outro lado, essa água que lavou minha expectativa de estar firme e forte cumprindo os 42 km de Berlim é a mesma que me trouxe esperança de, pelo menos, percorrer a cidade em passeios. Todas as atividades foram transferidas para a piscina, seja a reabilitação, através do trabalho de fisioterapia, seja o treinamento de corrida. Migrei da terra para a água. Agora, posso dizer que a piscina é minha rua.
  1. Não tenha dúvidas que, pouco tempo após sua recuperação, você estará mais forte e determinado.
    Eu tive a maldita síndrome da banda iliotibial no ano passado, e posso afirmar que, após cerca de dois meses de atividades físicas reduzidas e praticamente duas semanas sem trabalhos aeróbicos, retornei mais forte e rápido às pistas.
    Do meu retorno aos treinos ao início de uma sucessão de RP em diferentes provas não se passaram mais de 3 meses. Voltei pensando em fechar os 10km da Nike Corre em 48', 2' acima do meu RP de 46' e consegui um inesperado sub 45'; continuei treinando forte e nos 10k da Athenas de 2014 baixei para 42'50''; fechei minha Golden Four em 1h36m (anos anteriores – 1h57m e 1h48m) e a Mizuno Half Marathon sub 1h35m. Isso tudo após uma lesão que pensei que me faria regredir um ano de condicionamento.
    Lembro que chorei no primeiro dia de volta ao treinamento sem dor. Isso me deu forças para treinar mais forte e com mais garra. Essa lesão vai lhe atrasar mais um ou dois meses, mas lhe deixará mais forte e com mais gana de vencer !!! Ainda lhe verei em Boston !!!

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