Na cidade não temos uma pista oficial de atletismo. Tão pouco um local demarcado para a prática da corrida. Há tempos atrás havia a demarcação de mil metros na calçada da antiga Praça Zagury, a única devidamente demarcada a cada 50 metros, mas que já precisava de uns reparos. A praça entrou em reforma e o que já estava ruim, acabou ficando pior. A reforma não foi concluída e a única pista, desapareceu.
Ela continua sendo muito freqüentada, mas está abandonada. A reforma, pelo que parece, não vai ser concluída. É uma pena que a prefeitura deixe um espaço público tão bonito, com uma vista inigualável para o rio Amazonas, nesse estado. Imagine a quantidade de dinheiro público que já foi desperdiçado nessa obra.
Pistas oficiais de atletismo são cada vez mais raras nas cidades brasileiras. Isso é uma demonstração do descaso das autoridades públicas com o esporte amador no Brasil. Imaginem a quantidade de atletas que poderíamos formar se cada cidade brasileira tivesse uma pista. Não precisava ser no padrão internacional em termos de qualidade do piso. Um exemplo é a pista de atletismo da cidade de Franca-SP que é de saibro, nem por isso menos importante. Nela acontecem as competições dos Jogos do Interior, que reúne as principais cidades do interior de São Paulo e que já revelou grandes nomes para o atletismo nacional.
No projeto de reforma do Estádio Zerão haverá uma pista de atletismo. Já será um começo, mas o uso será restrito. A ideia é criar espaços públicos, multiuso, para dar acesso não só ao atleta que busca performance, também ao cidadão que sai para dar sua corridinha sem maiores pretensões. Queremos o mesmo tratamento que o Governo do Estado do Amapá deu aos praticantes do futebol: disseminou arenas em quase todos os bairros da capital e alguns municípios. Fica a pergunta: Não seria melhor criar espaços nas arenas que contemplassem também outras modalidades esportivas? Só praticamos futebol em Macapá?
Que tal uma pista de atletismo com medidas oficiais, pública, aberta sete dias por semana, 24 horas por dia? Como se pode formar novas gerações de corredores, sem pistas? Se cada cidade tivesse uma pista o atletismo brasileiro começaria a renascer. Sem falar que é urgente criar espaços democráticos para o uso de todos, onde pudéssemos encontrar atletas profissionais e amadores, grupos da terceira idade, “gordinhos” querendo emagrecer, portadores de deficiência física, policiais, bombeiros e guardas municipais, todos correndo; sem qualquer distinção.

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