No Brasil, é tradição fazer leis
para que as pessoas cumpram determinadas “obrigações”. A primeira lição que
estamos aprendendo na viagem para Berlim é que tratar bem é uma questão de
educação. Não precisa de lei. Refiro-me ao tratamento dado pela companhia aérea
Lufthansa à minha mãe, que tem dificuldade de mobilidade e é considerada
deficiente físico. Fizemos uma conexão em Frankfurt e foi montada uma “operação”
para que ela chegasse ao portão do embarque para Berlim com conforto e
comodidade. Para sair da aeronave, a empresa levou uma cadeira de rodas
estreita que passava exatamente no corredor, entre as poltronas. Na parte
frontal da aeronave, uma plataforma foi acoplada para retirá-la do avião. Em
seguida, a plataforma é baixada e encaixada na porta de um ônibus. De lá, fomos
levados para o portão de embarque. Parece simples. Acontece que nunca recebemos
esse tratamento no Brasil, nos voos interestaduais. Em que pese as leis em
nosso país, o tratamento se restringe a uma cadeira de rodas até a porta do
avião. Daí em diante, você “se vira nos trinta” para colocar o passageiro dentro
da aeronave. Pelo menos, é esse o tratamento que temos recebido.

(Frankfurt, 26/10).

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