Costumamos dizer que a corrida de rua é o mais democrático dos esportes. Bem, há um fundo de verdade nisso se você corre apenas pelo prazer de correr, sem maiores ambições de tempo, ritmo e não participa de provas. Dessa forma, é só colocar tênis, short, camiseta e partir para as ruas, praças e parques. Agora, se você é uma pessoa competitiva, treina firme para obter boas marcas e gosta de participar de provas, a coisa é bem diferente. Os valores das inscrições estão cada vez mais caros.
Vejam só o exemplo da prova mais popular do Brasil. No ano passado, a inscrição para a São Silvestre começou com R$ 90,00, foi subindo e finalizou em R$ 110,00. Neste ano, a organização está cobrando R$ 120,00. Um aumento de 34% em relação ao ano anterior. O que é isso?
É claro, que a cobrança é para subsidiar a estrutura fornecida aos atletas durante a corrida, portanto, é justa. Entretanto, precisa estar dentro da realidade econômica dos corredores. Uma maratona, talvez justificasse esse valor, uma vez que é exigida uma estrutura maior, em função do maior tempo em que os atletas concluem a prova. Mas uma corrida de 15 km, como a São Silvestre, é um absurdo cobrar R$ 120,00.
É por isso que cresce o número de “corredores pipocas” nessas provas. Nem todo mundo tem essa grana para dispor numa única corrida e prefere participar sem pagar inscrição. Não estou querendo justificar essa atitude, porque não compartilho dessa ideia, mas o bom senso tem que partir dos organizadores, pois, esses valores são abusivos.
Se a intenção da organização é tornar a São Silvestre uma das maiores do mundo em número de participação, sugiro que comece a pensar na possibilidade de reduzir esses valores. Afinal, cerca de 90% dos participantes que prestigiam e dão brilho a essas provas são atletas amadores. São trabalhadores comuns, pessoas humildes que tem a corrida como um hobby e correm pelo prazer de correr. Portanto, merecem mais respeito!

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