Está nos manuais que o mais esperto é começar mais devagar uma prova e acelerar na segunda metade. O nome técnico da brincadeira é “split negativo”. Assim a corrida fica muito menos dura, as preciosas energias são reservadas para os momentos finais. Acelerar no início e administrar a vantagem no final é sempre mais dolorido. Quase todos sabem disso, mas pouquíssimos seguem o conselho. Por quê? Acho que, no fundo, não acreditam na ciência. Quem garante que sobrará energia no final? Melhor mandar bala enquanto sobra oxigênio do que confiar na poupança futura. A sociedade de consumo não funciona mais ou menos assim? Não fazemos exatamente a mesma coisa com nossos salários?
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Texto extraído do livro “CORRERIA – Histórias do Universo das Corridas”
de autoria do Sérgio Xavier Filho, editora Arquipélago Editorial.  

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