Nessa época do ano, com as chuvas intensas, é preciso muita disposição para sair da cama e ir treinar. Por isso, é sempre bom ter um plano B para o caso da preguiça se apoderar do corpo. No meu caso, tenho a planilha de treinamento que deve ser cumprida de segunda a sábado. Ela é a atividade principal, o plano A. Já declarei que gosto de correr na chuva, com a ressalva de que ela venha quando já estou correndo. Quando já está chovendo aí a coisa muda de figura. O jeito é recorrer ao plano B.
Nesta quarta foi o que aconteceu. A chuva estava muito forte e resolvi correr na academia, que é meu plano B. Para a minha surpresa os funcionários não vieram abrí-la. Aquela preguicinha que me referi no início, tomou conta deles. E agora? Voltei ao plano A e encarei a chuva.
A programação era correr uma hora e dez minutos, num ritmo de 5min30s a 5min50s/km. Saí da esquina de casa na Rua Jovino Dinoá rumo a orla. Não havia uma viva alma nas ruas, nem carros, nem bicicletas. Corri solitariamente no complexo do Araxá e segui pela Avenida Beira Rio. Na “rampa do açaí” estava aquela muvuca de sempre e já era seis da manhã. Sinal de que não iria faltar açaí. Prossegui na orla com a chuva ainda intensa, vez por outra passava um carro, mas nada que incomodasse. A pista era toda minha. Passei a dividir a calçada com os garis que bravamente se mantinham na chuva e tentavam impedir que entulhos entupissem os locais que davam vazão para a água da chuva.
Cheguei ao Parque do Forte e a área de estacionamento estava completamente vazia. Continuei minha jornada pela Rua Cândido Mendes, no contra-fluxo e circundei a residência oficial do Governador. Como ele está em viagem oficial a Brasília não vi nem os PM’s nas guaritas. Tenho a impressão que aproveitaram a chuva para um cochilo. Nesse instante me veio a pergunta: será que eu sou o único maluco a sair na hora da chuva?
Desci as escadas às proximidades da sede da OAB-AP e fui para a pista da “praça Zagury”. Dei uma volta nela e subi as escadas. Prossegui pela rua da Praça do Coco até a Fortaleza. Circulei pela praça do “forte” e peguei o caminho de volta pela orla. Já passava das sete. Apesar de nenhum corredor ou caminhante; carros, ciclistas e alguns transeuntes já se aventuravam pelas vias. Quando cheguei ao Complexo do Araxá o trânsito já era normal para o horário, até porque a chuva havia dado uma trégua. Completei o treino e segui para casa.
Comprovei que gosto de correr na chuva sem nenhuma ressalva. A corrida foi tranquila e prazerosa. Pude constatar que mesmo diante de um dia desfavorável, para a maioria das pessoas, encontrei motivação para torná-lo agradável e iniciar a jornada com muito vigor e disposição. A lição que se pode tirar é que quando muitos desistem diante das adversidades, você pode encontrar motivação e, com disciplina e determinação, seguir em frente.  

Deixe o seu comentário!