Para os atletas de elite, cruzar a linha de chegada em primeiro lugar e levar como premiação uma boa quantia em dinheiro é um forte estímulo para permanecerem no esporte, que utilizam como uma profissão, pois vivem do que arrecadam nas conquistas em corridas de ruas.
Para um grupo de corredores amapaenses, entretanto, o estímulo é outro. A motivação não é baseada em nenhuma recompensa material, mas no simples prazer que o ato de correr proporciona. São profissionais liberais, empresários, servidores públicos, que utilizam as corridas de rua como um fator de descarga de estresse, baixo-astral e toda a energia negativa acumulada durante a semana tumultuada de trabalho. Além disso, consideram a corrida como um “remédio” para uma melhor qualidade de vida, pois, parte do grupo, começou a correr quando a saúde estava fragilizada por conta de hipertensão arterial, excesso de peso, insônia e elevado nível de estresse.
Esses atletas amadores não tem compromisso com performance. Definem-se como “quenianos às avessas”, um contraponto aos atletas quenianos, que fazem história vencendo as principais corridas de rua mundo afora. A ideia é praticar o esporte com alegria, saúde, bom humor e alto-astral. Utilizando esses momentos para fortalecer laços de amizade.

FOTO: Treino de sábado com Pérola (Paulo), Carlos, Ruither, Speed (Adenilson), Gil, Brazão e Marco.

Para manterem a motivação em alta, aliam a alegria de correr com o prazer de viajar. São praticantes do maraturismo, que é o turismo com corridas. Viajam para participar de provas no Brasil e em outros países. Já correram as principais provas do Brasil, como a São Silvestre, Maratona de São Paulo e a Meia Maratona do Rio e maratonas no exterior, como a de Buenos Aires, na argentina, e de Estocolmo, na Suécia; só para citar algumas.
O próximo desafio do grupo é a Maratona de Revezamento Ayrton Senna Racing Day, que acontecerá no Autódromo de Interlagos, em são Paulo, no dia 02 de dezembro. Trata-se de uma corrida de 42km, onde o percurso é dividido entre os participantes, separados em equipes. Cada equipe é formada por dois, quatro ou oito corredores, onde cada um se responsabiliza em cumprir uma parte no percurso. O Amapá terá duas equipes, uma de quatro: Carlos Souza, Gil Leite, Ruither Loyola e Marco Aurélio e outra de dois: Paulo e Adenilson.
Os corredores ressaltam que esse tipo de corrida em equipe se encaixa no caráter do grupo que é celebrar a confiança, o respeito e o espírito esportivo entre os membros, uma vez que, caso haja o desejo de diminuir o ritmo ou desistir, sabendo que os demais membros da equipe dependem da atitude do outro, vem o aspecto motivador e em vez de parar, ao contrário, ele acelera. Além, é claro, dessa atitude, fortalecer laços de amizade.

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