É impressionante, mas o que menos interessa em uma grande prova é saber quem ganhou. São Silvestre, Meia Maratona do Rio, Volta da Pampulha, todas as corridas importantes transmitidas pela TV Globo. Pergunte a um corredor amador, já com a medalha no peito, quem venceu a prova e a resposta será geralmente “não tenho a menor ideia”. Mal acompanhado, seria como ir a Interlagos e, na saída do autódromo, desconhecer a vitória de Felipe Massa. Claro, há uma diferença básica. Na corrida de rua, nós somos as Minardis. Quer dizer, participamos de forma amadora em um evento que possui todos os elementos do esporte profissional. Mesmo assim é curioso o nosso desinteresse pelos ídolos da corrida. Ganhou Vanderlei Cordeiro? Marílson venceu no finalzinho? Podemos até conferir isso com atenção se estivermos vendo a corrida pela televisão. Se estivermos participando, o vencedor não tem a menor importância. Estamos infinitamente mais focados em nossos próprios tempos, no desempenho daquele vizinho legal que corre pela primeira vez, em como foram nossos companheiros de treino. Eis a grande diferença da corrida de rua para outros esportes. Aqui, os protagonistas somos nós.
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Texto extraído do livro “CORRERIA – Histórias do Universo das Corridas”
de autoria do Sérgio Xavier Filho, editora Arquipélago Editorial.

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