Continuo reafirmando que para fazer uma boa prova a dedicação aos treinos é fundamental. O treinamento é que dá a bagagem necessária para você chegar no dia da prova em condições de completa-la com segurança. Pela primeira vez não segui essas recomendações. Digo isso, porque em Porto Alegre fiz algumas coisas que não recomendo e, normalmente, até reprovo. Cometi uns “erros” que na bíblia do corredor é considerado pecado capital.
O primeiro deles, o que considero o mais grave, é que estava há mais de um mês sem treinar, digo sem correr e que, portanto, não deveria encarar uma prova. Até o técnico se surpreendeu quando comentei que enfrentei os 8 km da Corrida Rústica. A verdade é que não estava totalmente parado. Simultaneamente com a fisioterapia, em três dias fazia musculação e em outros três andava de bike. Participar da prova tinha como objetivo verificar se os pés estavam recuperados da lesão. Já havia cumprido o período de tratamento e deveria testá-los. Achei que os oito quilômetros da prova seriam adequados, já que, no caso de um imprevisto, poderia cumpri-la caminhando, como muitos participantes fizeram.
Os demais podem ser comentados no mesmo tópico, pois, referem-se ao mesmo  pecado. De uma só vez, estreei tênis, short e camiseta. Recomenda-se que os acessórios a serem utilizados no dia prova sejam previamente testados, uma vez que eles podem ocasionar alguns desconfortos. Em se tratando de short e camiseta é comum provocarem assaduras, devido ao atrito com a pele. Isso não vai impedir ninguém de correr, mas é uma opção dolorosa. Quanto ao tênis, as famosas bolhas são mais preocupantes. Além de incomodarem, a dor é intensa, interferem na mecânica da corrida e muito provavelmente, prejudicarão o seu rendimento. No meu caso, nada disso aconteceu, talvez, por sorte e/ou por tratar-se de uma corrida curta.
Entretanto, reafirmo aqui que normalmente sigo as recomendações do treinador. Em dez anos de atividade, nunca tive problemas com os “pecados” que relatei acima, pois, nunca havia feito isso. Foi a primeira vez e graças aos Deuses da Corrida, nada aconteceu. O objetivo era apenas verificar se estava recuperado da lesão, após o tratamento.
Há um ditado popular, bem oportuno, que retrata muito bem o ocorrido em Porto Alegre: “Faça o que eu digo. Não faça o que eu faço”.

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