Quando se fala de “muro” da maratona não é obra de engenharia criada para atormentar a vida dos corredores. É o termo usado para referir-se a uma “barreira” que aparece durante o percurso da maratona, decorrente de uma carga de esforço, nos quilômetros iniciais, acima da capacidade real do atleta, principalmente amadores, em que a fadiga vem de uma só vez e toma conta do corpo. Ocorre a famosa ‘quebra’, onde o maratonista não consegue manter o ritmo que vinha desenvolvendo e, por vezes, nem completa a prova, ou o faz com extrema dificuldade.
Tecnicamente, o exagero nos quilômetros iniciais de uma maratona é explicado pela endorfina, hormônio produzido durante o esforço físico, que dá a sensação de euforia, mascara a dor e faz com que o corredor aumente o ritmo sem se dar conta das suas reais condições físicas.
Os sintomas variam e dependem da capacidade de reação de cada indivíduo. Entretanto, os mais comuns são a perda de energia e de força nas pernas, acompanhados de câimbras intensas, que impossibilitam a manutenção do ritmo planejado. Quando associado ao calor a desidratação é inevitável e agrava ainda mais o quadro de esgotamento físico.
Crédito da imagem: Amello.net
Em geral, o “muro” aparece a partir do quilômetro 30 e quando chega é difícil “pulá-lo”. Cada minuto de prova parece uma hora e as alternativas são desistir, caminhar ou se arrastar até a linha de chegada.
O que fazer para sobreviver ao “muro”? Os especialistas alertam que a melhor maneira de lidar com essa barreira é não desperdiçar energia no começo da prova, segurar a euforia e correr dentro do ritmo planejado. O técnico e maratonista Adriano Bastos orienta seus atletas no sentido de respeitarem o ritmo de prova, por mais fácil que pareça no início. Alerta que o fácil do início se tornará um pesadelo depois dos 30 km se sair mais forte do que o ritmo planejado. E a tendência é quebrar e acabar fechando a prova muito acima do tempo proposto, finaliza.
Portanto, para evitar se debater com essa barreira, a regra que vale, tanto para atletas de elite quanto para amadores, é correr dentro do ritmo planejado, aquele para o qual você se preparou. Assim, você terá força suficiente para cruzar a linha de chegada e festejar essa conquista. Então, nada de “muro”.

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