Dá para saber quem é iniciante e
quem é experiente nas corridas só pelo tipo de lesão. É o que explicam os
ortopedistas. Enquanto as contusões de quem está começando no esporte
normalmente está relacionada à falta de fortalecimento e flexibilidade, os mais
rodados costumam ter problemas crônicos e lesões por desgaste.
“Algumas doenças, como a fasciite
plantar e a síndrome femuropatelar, são mais comumente desenvolvidas em
corredores recreacionais de pouca rodagem. Entre as suas causas, o encurtamento
muscular é a principal”, explica o ortopedista Marcelo Duarte de Oliveira Alves
Tostes, especialista em joelho e em medicina do esporte. “Corredores mais
experientes e com mais rodagem muito raramente apresentam encurtamento. Até
porque, provavelmente não conseguiriam adquirir altos rendimentos com a falta
de alongamento muscular.”
O ortopedista e traumatologista
Phelipe Cintra lembra que o acúmulo de tensões mal gerido durante uma ‘carreira’
longa cobra sua conta. “Quando um atleta apresenta uma lesão e não faz o
tratamento correto, pode ocorrer uma evolução desta lesão. Por exemplo, um
atleta que apresenta um quadro tendinite do tendão calcâneo e não segue as
recomendações médicas, pode apresentar, no futuro, uma degeneração desse
tendão, chegando até a uma ruptura”, alerta. “Além disso, estudos atuais tem
considerado esportes que submetem o joelho a forças de impacto repetitivas,
como a corrida, um fator de risco para o desenvolvimento de lesões crônicas no
local.” Nestes casos, tostes aponta patologias como “a periostite ou mesmo
fratura óssea por estresse, que são muito mais comuns em corredores mais
praticantes e de alta rodagem pelo alto índice de impacto que a corrida
oferece.”
Para evitar esse tipo de lesão, é
preciso administrar bem os treinos ao longo dos anos de corrida. “A prevenção
das lesões mais comuns em atletas experientes inclui atividades aeróbicas
intercaladas de baixo impacto, corrida em terrenos com uma superfície que
absorve mais impacto, uso de calçados apropriados e acompanhamento médico na
fase final das lesões”, recomenda Tostes.
No caso dos iniciantes, não tem
segredo: “Oriento atividades direcionadas de alongamento, principalmente para a
parte posterior da coxa (músculos isquiotibiais), além de treinos mais
personalizados.”
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Texto
de Julianne Cerasoli publicado na revista Corredores
S/A
, ano 11 – n◦. 124, edição de julho/2013.

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