Correr no Rio de Janeiro é especial. Ainda mais para
alguém que tem uma relação afetiva muito forte com a cidade. É o meu caso.
Passei um dos períodos mais produtivos da vida “correndo” atrás da minha
formação acadêmica e com a esperança de um futuro melhor. Os sentimentos que posso
expressar por essa terra percorrem caminhos que vão da paixão, gratidão e
agradecimento, por tudo o que ela me proporcionou. Por isso, posso dizer que ao
Rio você não vem, você sempre volta! E é justamente o que faço todo ano com a
Meia Maratona do Rio de Janeiro.
Nos últimos cinco anos, estive presente na prova.
Apenas em 2012, não deu para correr, mas compareci e fiz muitas fotos dos
amigos corredores. Para essa edição, a preparação não foi a ideal. Julho foi
tumultuado. Muitas atividades profissionais, acadêmicas e o curso de inglês
fizeram com que o treinamento ficasse em segundo plano. Porém, em agosto,
voltei à normalidade. Se por um lado, faltou treino, por outro, a motivação
estava à mil. Como diz o ditado “um homem motivado é capaz de operar milagres”.
Antes da largada, já havia uma correria para
encontrar um local coberto para fugir da chuva forte. Busquei refúgio num dos
quiosques do calçadão da praia de São Conrado e aguentei por alguns minutos.
Depois, resolvi encarar o aguaceiro e iniciar o aquecimento. O clima estava
agradável e favorável para boas marcas pessoais. Longe disso, meu objetivo era
seguir a programação para a próxima maratona e correr num pace de 4min40s/km.
Até combinei com meu amigo Emerson de corrermos juntos nessa proposta de tempo.
Uma largada mais forte, provavelmente, provocaria uma “quebra” e um final de
prova pouco empolgante. Até porque, os primeiros quilômetros pela Avenida
Niemayer são de subida. Em seguida, uma descida! Nesse trecho não dá para
correr no ritmo pretendido, o tumulto é geral e ainda temos de um lado o
paredão da montanha e do outro o precipício. Tem que ter jogo de cintura para
serpentear a pista. Mesmo assim, meu amigo Emerson estava “endiabrado”, correndo
em excelente pace, variando entre 4min10s/km e 4min20s/km. Resolvi segurar o
ritmo e fazer um prova mais conservadora. Ele seguiu firme!
Minha tática de corrida sempre foi correr em ritmo
contínuo até metade da prova e negativar a outra metade, ou pelo menos, segurar
o ritmo inicial e concluir num tempo expressivo. Estava consciente de que o
tempo de 1h34min que fiz em 2011 era improvável e nem ousaria tentar. Por outro
lado, concluir entre 1h40min e 1h45min eram tempos possíveis e atingíveis com a
tal motivação que ressaltei.
Apesar da tática conservadora na primeira parte do
percurso, um pouco mais de 11 km em 54min32s, nos 10 km finais, consegui um
ritmo bastante competitivo, média de 4min28s/km, num tempo total de 44min48s,
excelente tempo para essa distância. Vale até ressaltar os paces marcados no
GPS, em ordem crescente de quilômetros: 4min38s/ 4min37s/ 4min36s/ 4min37s/
4min37s/ 4min31s/ 4min31s/ 4min31s/ 4min06s e 4min03s.
É possível que pudesse correr um pouco melhor o
início, mas provavelmente não chegaria forte no final. Na minha forma de avaliar,
imprimir um bom ritmo na chegada, quando a maioria dos corredores já está
pedindo a Deus para chegar, é empolgante e nos deixa mais motivado para as
próximas aventuras.
Cheguei inteiro, correndo os 10 km finais em ritmo cada
vez mais rápido. Em função disso, você acaba pensando que poderia ter tido um
desempenho melhor. Não estava nos meus planos. Fiz exatamente o que programei
e, sinceramente, tenho a impressão que não conseguiria tempo melhor. Por outro
lado, estar no Rio de Janeiro para apreciar suas belezas naturais e matar a
saudade dos meus filhotes é motivo de satisfação, uma dádiva de Deus e um
prêmio pelo tempo obtido.

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