Fui um corredor na minha adolescência. Participava de provas e tinha tempos competitivos. Cheguei a competir em três corridas do campeonato paraense em 1986 pela equipe do Imperial. Consegui dois marcantes segundos lugares na minha categoria. Estava com 16 anos. Tinha potencial para seguir carreira, mas optei por dedicar-me com mais afinco aos estudos. Passei a acompanhar as corridas pelas transmissões da TV.
Forçosamente, em 2002, com alguns quilinhos em excesso, vida extremamente sedentária e com problemas de saúde, voltei a praticar exercícios físicos. Iniciei com caminhadas e lentamente fui alternando com trotes, até conseguir correr por cerca de meia-hora. Foi quando percebi que correr é uma grande oportunidade de mudar o estilo de vida.
Quase dez anos depois, vinte quilos a menos, muitos quilômetros rodados, várias cidades visitadas, tornei-me um maraturista. Aliei a alegria de correr com o prazer de viajar. Conheci pessoas. Fiz novas amizades. Mudei a forma de ver meu corpo, passei a tratá-lo como um grande parceiro. É certo que às vezes o submeto a exaustão, ao limite do esforço físico, mas a recompensa vem na satisfação do “dever”cumprido, de vê-lo firme e forte e proporcionando experiências inesquecíveis.
Foi assim, na Suécia, quando participei da Maratona de Estocolmo. No km 27, passei por uma experiência diferente, nunca antes sentida. Dores musculares e câimbras foram tomando conta de minhas pernas, até se tornarem insuportáveis. Com a dor e o sofrimento você tem uma idéia diferente de você mesmo e terminar uma prova nessas circunstâncias o torna uma pessoa diferente e isso é pra vida toda. Hoje, quando relembro desses momentos, o que vem à cabeça não é a intensidade do sofrimento, mas minha capacidade em suportá-la. Por isso eu corro…
Continuo na mesma balada e cultivando novas aventuras. Em breve, passarei pela experiência de comemorar meu aniversário de forma especial, digno de um maraturista: viajando e correndo! Vou estar na Meia Maratona Corpore Internacional de São Paulo. No dia 10 de abril, às sete e meia da manhã, quando estiver completando quarenta um anos e uma hora de nascimento, vou estar dando a largada para mais uma experiência inesquecível: festejar a alegria de viver com a mania de correr!  

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