Nos meus sonhos mais infantis,
nunca pensei que teria um dia de “herói”, ou melhor, de “super-herói”. Na infância,
acompanhei pelos “gibis” e pela TV a saga da “Liga da Justiça” em combater o crime
e por diversas vezes, brinquei de ser um membro dela, mas nunca tive a oportunidade
de estar devidamente fantasiado.

As brincadeiras de criança se
perdem com a responsabilidade e o trabalho da vida adulta e passam a fazer
parte do universo de nossos filhos. De certa forma, nunca deixamos de apreciar
ou acompanhar a saga desses heróis, seja na TV ou no cinema. É por isso que os
filmes do Homem de Ferro, Thor e da própria “Liga da Justiça” fazem sucesso,
tanto junto ao público infantil quanto adulto.
Aliar brincadeira de criança à
Corrida do Ministério Público (MP) foi uma ideia que surgiu dentro da sala de
aula, junto aos acadêmicos do curso de Educação Física da Faculdade de Macapá. A
intenção era correr e divertir-se num ambiente descontraído, alegre e extremamente
favorável, que permitisse aos participantes, a vivência num universo lúdico e
saudável, que só o esporte e o “faz-de-conta” infantil podem proporcionar.
Antes, porém, preciso confessar
que como servidor da segurança pública do Amapá, que lida com a polícia e a
justiça, ou seja, com a liberdade das pessoas e vive num ambiente cercado de
seriedade e responsabilidade, não foi fácil “voltar a ser criança” e vestir uma
fantasia de super-herói. Talvez, estar vivendo o ambiente saudável e
descontraído das corridas de ruas há algum tempo e que vem me permitindo
realizar alguns sonhos, tenha me encorajado a correr dessa forma. Embora, tenha
ficado um pouco tímido com a atitude, bastou pisar no local da largada e
receber o carinho de todos para me sentir completamente à vontade para correr
fantasiado de “The Flash”.
Nunca tirei tantas fotos numa
corrida. Só que dessa vez foi como membro da “Liga da Justiça”. Quase não
consigo chegar ao local de largada. Desde o momento que desci do carro, fui abordado
por crianças, adultos, corredores, policiais militares, todos querendo uma foto
com o “The Flash”. Quando juntamos os outros membros da “Liga”, Thor (Robson),
Super-homem (Gleyson), Lanterna Verde (Welinton) e o Homem de Ferro (Rosivaldo),
foi sucesso total.
Liga dando atenção as crianças e adultos
Fomos para o pórtico cerca de
cinco minutos antes da largada. Fizemos um breve aquecimento e nos posicionamos
um pouco atrás para não atrapalhar os corredores que estavam em busca de
performance. Nós, ao contrário, quanto mais tempo de corrida, mais diversão.
Nosso compromisso nessa prova
era com a diversão, como disse acima. Portanto, nada de correr forte, tanto
que, nem levei relógio para monitorar o tempo. Até porque eu era o único que
corre regularmente e, por esse motivo, não teria problema em completar o
percurso. Assim, meu papel era imprimir um ritmo confortável e incentivá-los
para completarmos o percurso juntos.
Liga da Justiça na largada
Largamos bem, vendo a multidão
passar num ritmo alucinante, comum no início de corridas de rua. Seguimos pela
Av. FAB já recebendo os olhares curiosos das pessoas que acompanhavam a
corrida. Entramos na Rua Cândido Mendes e alguns apressadinhos já começavam a
dar sinais de fadiga. Os funcionários do comércio começavam a chegar para
trabalhar e nos cumprimentavam e falavam o nome de cada personagem da “Liga”.
Havia sempre o olhar de admiração. Nós cumprimentávamos todos.
Entramos na orla e completamos
o segundo quilômetro. Checava se eles estavam bem e perguntava do ritmo. Todos estavam
bem e respondiam positivamente. Nesse momento, começamos a ultrapassar alguns
corredores, mas sempre incentivando para que eles continuassem firmes na prova,
rumo à chegada. Após o terceiro quilômetro, veio a subida íngreme da Av. Pedro Lazarino
e os super-heróis sentiram que eram de carne e osso, mas  continuavam cumprimentando as pessoas que
passavam nos ônibus, carro e caminhavam pela rua.
Embora cansados, transpiravam alto-astral
e descontração. Por isso, desistir nem foi cogitado. Continuavam desfilando
gentileza e o povo aproveitava para fotografar. Na Rua Jovino Dinoá, no trecho próximo
a Escola Alexandre Vaz Tavares, recebemos o pedido de uma mãe para nos fotografar
com seu filho. Ela também não resistiu e posou com os heróis.
Na transição da Jovino para a
Av. Padre Júlio outra subida “bonita”. Nesse momento, alguns corredores
caminhavam. Incentivávamos e eles voltavam a correr. Os super-heróis tinham o
poder de motivá-los. Nesse instante, um grupo se juntou e nos acompanhou até
entramos na Av. FAB. A partir daí, gritei forte que era o último quilômetro e os
encorajei a melhorar o ritmo. Eles seguiram e nós continuamos no nosso pace.
Chegada da Liga da Justiça
No último quilômetro pela Av.
FAB, muita gente circulava e outras encontravam-se nos pontos de ônibus. Nossa
passagem causou um “frisson”. As pessoas gritavam o nome dos membros da “Liga”
e nós retribuíamos acenando. De certa forma, foi uma ótima motivação para a
chegada. Quando o locutor anunciou que a “Liga da Justiça” se aproximava, os
aplausos e os incentivos emocionaram. Cruzamos a linha de chegada como um grupo
unido, juntos!
Liga da Justiça na III Corrida do MP

Deixe o seu comentário!

Cancelar Resposta